
Segundo a teoria social e econômica marxista, o que hoje se convencionou chamar “pobre de direita” é o lumpemproletário, o “homem trapo”, expressão cunhada por Karl Marx e Friedrich Engels.
Para Marx e Engels, o lumpemproletariado é um subgrupo não organizado do proletariado, que vive em situação econômica muito precária e é desprovido de consciência política, funcionando facilmente como massa de manobra da classe dominante.
Claro que estes conceitos, definidos no século XVIII, merecerem ser revisitados e, sobretudo, readequados à realidade mais complexa dos dias atuais. Até porque, observado com critério, há lumpemproletariado que não votou na direita.
Confesso que a expressão “pobre de direita” é de mais fácil entendimento em ambiente não acadêmico, desde que descartada a carga pejorativa.

Possivelmente o professor Konrad, em sua manifestação, reproduzida logo acima, pretende dizer que para a ciência social descabe qualquer julgamento moral sobre o lumpemproletariado, já que é uma (sub)classe social forjada nas condições de vida, de trabalho e culturais a que foi (e é) submetida pela formação social e econômica capitalista, situação que obstaculiza a formação da consciência de classe.
E sob o ponto de vista tático, talvez o momento eleitoral seja impróprio para investir em consciência de classe. Afinal, não se conquista voto fazendo um julgamento político ou moral do eleitor abordado.
Esta crônica não se insere, possivelmente, no conceito de “boa tática eleitoral”. Mas nem tudo deve ser reduzido às eleições, não é mesmo?