“Não é a consciência dos homens que determina seu ser, mas, pelo contrário, seu ser social é que determina sua consciência.'” Karl Marx
A conclusão de Marx, acima, é fundamental para entender o funcionamento da sociedade. Enquanto humanos, estamos atados uns aos outros, condicionando e sofrendo condicionamentos. E, da mesma forma, atados à natureza.
Com efeito, cada indivíduo, em que pese suas idiossincrasias e qualidades pessoais, insere-se no contexto social e histórico, bem como na realidade material (condições econômicas de produção).
A riqueza e o conhecimento são socialmente produzidos, tem a ação do indivíduo, mas numa teia de relações intersubjetivas e com a natureza, dentro de um momento do desenrolar da História (aí é que se encontra o “ser social”).
O caráter social do conhecimento, sinale-se, abrange todos os nossos antepassados. As descobertas e inovações de hoje somente foram possíveis pela pesquisa, descobertas e inovações das gerações que nos antecederam!
Exatamente por isso, a formação social resultante do modo de produção capitalista, que permite a acumulação de boa parte da riqueza socialmente produzida nas mãos de alguns poucos indivíduos (criando uma sociedade de castas – ou de classes, como diria o Velho Mouro, cujo ser social que lhe corresponde é tipicamente burguês), sequer tem sustentação moral (no sentido defendido por Kant e Habermas, de busca de um princípio universal; claro que o capitalismo criou uma moral que “anima” o burguês, sustentada numa visão utilitarista).
Com referido, o ser social do capitalismo é o “burguês”. Ainda que a maioria não integre a classe burguesa, a cultura e visão de mundo (consciência) desses excluídos é tipicamente burguesa. Por isso o sistema se mantém.
Como romper e superar o ser social burguês que condiciona o nosso agir?